"Fotografar é uma operação progressiva da cabeça, do olho e do coração para exprimir um problema, fixar um evento ou impressões. Um evento é tão rico que dá-se voltas em torno dele enquanto se desenvolve. Procura-se a sua solução. Às vezes encontra-se em alguns segundos, às vezes ela demanda horas ou dias; não existe solução padrão; nada de receitas; é preciso estar pronto, como para o tênis. A realidade nos oferece uma tal abundância que devemos cortar ao vivo, simplificar, mas corta-se sempre o que é preciso cortar? É necessário alcançar, trabalhando, a consciência do que se faz. Algumas vezes, a gente tem a impressão de que tirou a fotografia mais forte e, contudo, continua a fotografar, sem poder prever com certeza como o evento continuará a desenvolver-se. Será preciso evitar metralhar, fotografar rápido e maquinalmente, sobrecarregar-se assim de esboços inúteis, que entulharão a memória e perturbarão a nitidez do conjunto." - Henri Cartier-Bresson O imaginário segundo a natureza é a primeira recopilação, em um único volume, dos textos mais significativos de Cartier-Bresson (Chanteloup, 1908), entre eles O instante decisivo e Os europeus. Também inclui artigos que destilam com a mesma intensidade e imediatidade visual suas viagens a Moscou e China, ou os que dedica a seus amigos André Breton, Alberto Giacometti ou Jean Renoir.ÍndiceÍndice A mais leve bagagem por Gérard Macé 7 O imaginário segundo a natureza 11 O instante decisivo 15 Os europeus 39 De uma China à outra 45 Moscou, 1955 51 Cuba, 1963 57 Para Alberto Giacometti 65 Ernst Haas 69 Romeo Martínez 71 Robert Doisneau 73 Sarah Moon 75 Robert Capa 77 André Kertész 79 Jean Renoir 81 Meu amigo Chim 87 André Breton, o Rei Sol 89 Agradecimentos 98 Bibliografia 99